segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Vale a pena.

Inquietez. Suor frio. Mãos incansáveis, trêmulas. Dores na boca do estômago. Unhas roídas. Pés batendo freneticamente o chão de madeira. Olhos fixos, pensamento único: ela.
Passavam-se os segundos, os minutos, as horas, e continuava pensando na mesma coisa. Já não entendia o porque disso tudo, afinal, foram poucos dias que ele pode estar com ela. Só a via algumas vezes por semana. Mas ainda assim, a cada vez que pensava em seu nome, não conseguia mais se concentrar em nada. Sua folha de caderno virou seu conselheiro, e colocou no papel tudo o que sentia. Mas não o que sentia por ela, e sim o que ela o fazia sentir. Começou a se perder em suas palavras, parado por minutos para escrever uma frase. Percebeu que não era possível descrever o que ele estava sentindo.
Já havia se apaixonado outras vezes, e cada uma foi diferente das outras. Mas, como todas as outras, essa lhe parecia ter algo mais. Achou coisa de bobo apaixonado, e amassou o papel e lançou pela janela. Afinal, é só mais uma que lhe falaria a mesma coisa, somos apenas amigos. Conformando-se de que nunca aconteceria nada, sentiu uma gota de lágrima cair dos seus olhos. Não acreditou no que estava vendo. Ele havia chorado. Por mais que tenha sido por um segundo apenas, por mais que tenha sido apenas uma gota, ele havia chorado.
Correu para casa, se trancou no quarto, deitou na cama e pensou até anoitecer. Pulou da cama e olhou a janela, com um sorriso grande. Havia achado sua resposta: vale a pena. Vale a pena tentar conquistá-la, mesmo que não aconteça. Mesmo que essa gota de lágrima se transforme numa tristeza por uma possível rejeição, valerá a pena.
Inquietez, suor frio, mãos incansáveis e trêmulas, e um sorriso.