terça-feira, 20 de outubro de 2009

Falange Macedônica Anti-Inspiração

É engraçado quando eu respondo que eu não sei de onde eu tiro idéias, ou inspirações - elas simplesmente vêm! Algumas pessoas já me disseram que eu escrevo bem, eu contestei e disse que eu sou um lixo, e que realmente sou, afinal, se fosse bom eu estaria ganhando dinheiro por isso. Por mais que eu tente escrever contos, crônicas, críticas ou até mesmo relatos meus, eu sinto um bloqueio. Uma falange macedônica gigante que me impede de continuar minha primeira frase, que acaba se perdendo na imensidão infinita do botão delete. Acho que se eu juntasse todas as palavras soltas que eu usei para formar frases, eu teria mais palavras que alguns livros por aí. Mas isso não entra em questão, afinal, do que são as palavras senão seus sentidos?

É exatamente este que me atribula os meus dias, o maldito sentido. Por que raios cadeira significa cadeira? Quem foi que falou isso? Se eu quiser chamar cadeira de sish kabab, eu vou chamar! Minha revolta e revolução acaba a partir do momento que eu falo isso para outra pessoa, que me acha um maluco e dá as costas para mim. Mas é claro! Como não pensei nisto antes! Os sentidos não servem para você, e sim para os outros! É para os outros que você transmite significados através de palavras, afinal, o que você quer transmitir está no seu cérebro, com as palavras certas ou erradas, você sabe o que você quer.

Por mais que eu tente fugir do inevitável, não conseguirei. O inevitável significa aquilo que não pode ser evitado, e eu não posso evitar que uma pessoa dê seu próprio significado à uma palavra, sendo o significado correto perante a língua ou não. Já passo a pensar se o problema realmente são os significados, ou se são as mentes que os fazem, os distorcendo de seu contexto real e lhe apresentando uma imagem totalmente diferente de a que o locutor desejava lhe apresentar.Não sei se me entendem, mas eu me entendo. Enquanto eu me entender, eu estarei bem comigo mesmo.

Continuo cercado pelo bloqueio mental de não conseguir escrever mais nada legalzinho, ou que agrade às pessoas. Sobre cavaleirinhos e suas armaduras cintilantes, ou sobre o quão bobão é o sistema capitalista, ou sobre um bobo apaixonado qualquer. Bem, é isso aí. Acho que os poucos que ainda lêem esta bagaça merecem saber o que aconteceu a meses. Mas não pensem que não voltarei! Sim, voltarei, como já voltei. Mas diferente. Quem sabe mais tarde eu não possa escrever como eu escrevia antes? Ou pensar, como eu pensava antes. Ou não.