domingo, 19 de dezembro de 2010

Doce ironia da vida.

Aquele friozinho na barriga, sabe? Aquela ansiedade, como se as horas não passassem até chegar aquilo que você quer, sabe? Ou então aquela vontade de dizer tudo que você sempre quis, mas não poder até um determinado momento, sabe? É como ele se sente. Pra ele o mundo não gira, o relógio não roda os ponteiros, o Sol não sai do lugar. Não queria estar na pele dele. Na verdade, quem gostaria?

Ele vive pensando no que falar pra ela, e só para de pensar nisso pra dizer "Tu é um burro!" no espelho. E quando resolve falar um "Oi!" sorridente e contagiante, só sai um "o-oi..." tímido e gaguejado. Consegue ser o engraçado da rodinha de amigos, mas quando ela está perto, automaticamente vira um bobão que não consegue nem falar seu próprio nome. É, realmente, não queria ser ele.

Ele queria mais coragem, mas ninguém lhe dá. Também queria mais desse tal de "papo", mas nunca lhe disseram que o papo tá na mente, e não no gogó. Ás vezes ele pensa que deveria desistir, mas logo em seguida ele diz, numa determinação súbita: "Nunca!". Provavelmente é o ato mais heróico desse pobre rapaz.

E o que me faz ficar mais encucado é, o que raios essa garota vai ver nele? Um bobão que quando ela chega fica com aquela cara de mongol, fala um "oi" completamente desconcertado e envergonhado, e que ás vezes até engrossa a voz para parecer mais hominho. Na verdade, ela não vai ver. Não tem como ver algo que ele não mostra, é lógico.

Outro dia ele resolveu ler esse texto aqui (pode clicar) e tomou coragem de vez. Estava decidido a encarar o que ele adiava por tanto tempo. Bem, ele foi falar com ela, cabeça erguida, disse um "Oi!" alto seguido de um sorriso gigantesco, e começou a puxar alguns assuntos em comum com a garota. Não é que deu certo? Estão namorando a alguns meses, já.

E o autor que escreveu o que deu coragem pro bobão... Bem, é mais bobão que ele.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Declaração espontânea re-pensada várias vezes.

Eu acredito.
Eu acredito em você.
Eu acredito que você existe.
Eu acredito que você é meu amigo.
Eu acredito que você está comigo.
Eu acredito que você me cura de qualquer doença.
Eu acredito que você me liberta de qualquer cativeiro.
Eu acredito que você me ama incondicionalmente.
Eu acredito que você não deixa nada me faltar.
Eu acredito que você criou tudo que existe.
Eu acredito que você ouve minhas orações.
Eu acredito que você me ajuda.
Eu acredito que você existe.
Eu sei que você existe.
Eu sei.

domingo, 7 de novembro de 2010

Exame Nacional do Empobrecimento Mental

Sim, meus caros, eu fiz o enem esse final de semana. Muitos se prepararam a meses, alguns desde o início do ano para esta prova, tentando assim ingressar em uma universidade e cursar um ensino superior de qualidade. Bem, eu não estudei. Na verdade, não dei a mínima em sequer pegar um livro para absorver algum tipo de conhecimento e então fazer a prova tranquilo.
Devo ter tirado alguma nota mais ou menos, ou até mesmo boa, não importa. Parabenizo às pessoas que foram extremamente bem, pois realmente, merecem. Enfim, vamos aos pontos. Que prova de "humanas" era aquela? Datas erradas em uma questão de história! Pegadinha para o aluno descobrir e então desvendar o grande mistério que é uma mísera questão diante de 45 da mesma matéria? E, certamente, saber o método de civilização tribalística dos indígenas tupi-guaranis garantirão meu curso superior, afinal, quem precisa da Primeira e Segunda Guerra? Ou até mesmo da Grécia Antiga com sua cultura que influenciou todo o mundo?
Partindo agora para as "ciências", como um conjunto de Física, Química e Biologia. Bem, eu descobri que eu não sei química pelo ENEM. Únicas questões que eu realmente fiz de química foram sobre ácido e química orgânica. Não tenho a mínima idéia do que eu fiz para achar a resposta das outras questões (mas isso deve ser só eu mesmo.). Acho que esse dia de prova foi a comemoração do dia do fazendeiro. Sinceramente, em toda página tinha pelo menos uma questão falando da roça. Rrrapaiz, o Brasiir tumém é arado, sô! Ainda não lembro de alguma questão de Newton de verdade por lá. (E olha que Newton é matéria de Ensino Médio, hein INEP!) Abaixo um bom exemplo de uma questão bem "WTF" que pintou no meio das canas:

Agora vamos ao segundo dia de prova! Domingo, dia bonito, ensolarado e um calor do cão. Primeira prova foi a de Línguas. Nada a declarar sobre as cinco questões de inglês, estavam fáceis e com textos agradáveis, nada exaustivo como todas as outras provas. Então, entramos na prova de Português. Alguém aqui sabe o que é tritongo, ditongo, hiato? Não importa! O que importa é saber as posições do voleibol, pra acertar na prova. De Português. E o movimento artístico Impressionismo, vocês estudaram, crianças? Estudaram sobre suas motivações, principais atuantes, sua filosofia de vida? Pois então, esquece tudo. O importante é saber como o Monet pintava os quadros, e não sobre o que ele queria dizer com os mesmos. E, é claro, pra quem nunca viu o Impressionismo antes, o INEP vai te dar uma prova em preto e branco com uma xerox horrorosa apenas para você não poder enxergar as suas pinceladas. Bonito, não?
E agora, com vocês, a prova de Matemática! Digo, de porcentagem. Oitenta porcento da prova foram trinta porcento pra lá, setenta porcento pra lá. Alguém aqui conseguiu enxergar o helicóptero que pousou na montanha? Nem eu, um gráfico colorido em preto e branco não funciona muito bem, eu acho.

Bem, esses são meus comentários sobre o ENEM, que sugou completamente o meu tempo, minha paciência e minha vontade de qualquer outro dia passar perto de uma prova igual a essa.
E por favor, meus jovens, NÃO ANULEM ESTA PORCARIA. SERÁ MAIS UM FINAL DE SEMANA NO LIXO.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Uma vida por um Reino.

Nunca havia sentido tamanha sensação antes. Uma mistura de euforia com adrenalina que queimavam-lhe o corpo. Seu rosto vermelho e suas mãos trêmulas enganavam sua já decidida mente. Não iria voltar atrás, a covardia não existia em seu vocabulário. Fechou os olhos e relembrou de tempos simples, onde ele possuía o que queria, tinha seus sonhos, seus desejos e seu amor. Uma lágrima tentou escapar de seus olhos, mas foi impedida por um brusco movimento de seu ante-braço passando por seu rosto. Não era hora de chorar pelo que havia perdido.

"Aquele canalha! Pagará por cada merda que trouxe ao mundo! Eu juro!", depois de gritar mentalmente tais palavras, levantou-se. Olhou para cama e viu seu uniforme bem passado e limpo. Cuspiu em sua suástica, e logo em seguida limpou-a com os pés. Vestiu lentamente sua roupa, olhou o relógio que marcava nove horas e trinta minutos da noite. "Mais oito minutos, apenas oito minutos".

Andou até a janela e avistou um carro escoltado por dezenas de homens armados parar em frente ao hotel. Era ele, havia chegado o homem que causara todas as suas dores e sofrimentos, era chegada a hora. François podia sentir o cheiro daquele bigode imundo de dentro do seu quarto. Destrancou a porta principal de seu quarto, entrou no banheiro e encostou a porta. Seus olhos lacrimejavam, suas pernas tremiam com suas mãos, dose máxima de adrenalina correndo em suas veias.

A porta se abriu, e segundos depois se fechou. Pelo silêncio foi possível ouvir seus passos em direção a cama, e até mesmo as molas se contraindo do colchão da cama. "Estou indo, Louise." Abriu rapidamente a porta do banheiro, olhou com ódio para o führer, sorriu de apenas um lado da face e disse "hail". Destravou sua granada, caiu de joelhos e sua última lágrima tocou o chão.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Destruam este templo, e eu o reconstruirei.



"Jesus estava em frente do templo de Jerusalém, soberbamente grande, linda e dourada Casa de Deus, E Ele disse – Destruam este templo, e eu reconstruirei em três dias. O povo ouvindo disse: como você vai reconstruir um templo que levou 46 anos para ser construído? Mas ele não estava falando daquele templo. Ele estava falando dele mesmo. O significado do que ele estava dizendo é – Eu vou ser morto e é assim que vai ser porque você não confronta sistemas corruptos de poder sem pagar por isso, as vezes com seu próprio sangue. Ele estava falando de sua própria morte. Se você tivesse assistido essa vida divina se extinguindo na cruz, como você poderia não ser dominado pelo desespero? Afinal de contas, o mundo não é um lugar frio, inflexível e indiferente? E a morte tem a última palavra? É realmente, sinceramente, tão perverso assim? E todas as coisas boas que vemos ou fazemos são só casualidades? Ou são apenas ímpetos aleatórios?  Interrupções momentâneas do vazio de uma existência sem expressão? Porque se esse for o caso, então a única resposta racional é o desespero.  É fácil ser incrédulo. Mas Jesus disse – Destruam esse templo, e eu o reconstruirei. Ele disse que sua morte não seria o fim. Ele está falando sobre uma coisa diferente e inesperada acontecendo após a sua morte. Ele está falando da RESSURREIÇÃO!  A ressurreição fala que Deus não desistiu do mundo, porque ESSE mundo IMPORTA!  Este mundo que nós chamamos de lar – poluição, sangue, suor, carne, luz e água. Este mundo que Deus está redimindo e restaurando e fazendo de novo. Limitações, violências, abusos e excessos não são bons e não vão permanecer porque pertencem à morte, e a morte não pertence mais a esse mundo.  A ressurreição diz que o que nós fazemos com nossas vidas importa. E o que fazemos com nosso corpo, importa, sim, esse mesmo que tu tem exatamente agora. Então cada ato de compaixão é importante. Cada obra de arte, que celebra o bem e a verdade é importante.  Cada relação e pacto, seja de negócios ou não, feitos de forma justa e honesta, cada palavra amável e gentil. Todas elas pertencem e vão permanecer no mundo do reino de Deus. Nada será esquecido, nada será jogado fora. Tudo tem o seu lugar. Todos acreditam em alguma coisa, todos acreditam em alguém. Jesus nos convida a crer na ressurreição. E em cada fascínio de bondade, cada alusão de esperança, cada impulso que eleva a alma, como um sinal, um sabor, um vislumbre, de como as coisas realmente são e como elas serão. Ressurreição afirma esta vida e a próxima como uma só realidade envolvida, exaltada e redimida por Deus. Lá há dádivas secretas inesperadas que vem ao nosso encontro nos nossos momentos mais difíceis. Quando não temos mais forças. Quando não temos mais nada e não podemos mais continuar, ouvimos aquela voz dizendo aquelas palavras – Destruam este templo, e eu o reconstruirei. Você acredita? Essa é a pergunta que Jesus fez para eles e que faz agora. Quando os amigos de Jesus chegaram no sepulcro, alguém lhes disse:  ELE ESTÁ VIVO!  Você não esperava por isso, não é? Ele não está mais morto! E não há mais nada para se temer e as coisas nunca mais serão as mesmas! Estamos vivendo num mundo que está sendo redimido e há possibilidades infinitas e extraordinárias para nós!  Jesus disse – vão tomar minha vida e eu vou morrer, mas isso não será o fim. E quando você achar que é o fim, que tudo está perdido, arruinado e em pedaços e não há volta, e que as coisas foram destruídas e você tem certeza que elas não podem ser consertadas, espere um pouco, porque nesse momento as coisas vão, de fato, terem apenas começado. " - Rob Bell
http://www.youtube.com/watch?v=8s-mJDyCvro

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

A new creature, with its own set of rules.

Chega. Cansei. Todas essas falácias inúteis e conselhos medíocres que tentam mudar o que eu sou, me moldando em um padrão aceitável ao que se dizem ser o jeito certo, me enojam. Já estou farto de ter que seguir regrinhas e métodos para conseguir o que eu quero.
Tenho saudades da época em que tudo o que eu tinha que fazer era o que eu raciocinava ser o mais inteligente e correto. Podia não ser o correto para ela, mas era para mim, e eu me sentia bem com isso. Agora não me sinto bem, simplesmente não sou quem eu sou, e sim quem mandam eu ser. Simplesmente aniquilaram totalmente quem eu era, sem eu perceber.
Passei trezentos e sessenta e cinco dias sendo o que eles mandavam eu ser. Foram os piores dias de toda minha vida. As pessoas que eu queria que se aproximassem de mim, se afastaram, e quem eles queriam que ficassem ao meu lado, se achegaram. Não que essas pessoas não fossem legais... Mas, não eram as que eu queria, que eu gostava.
Pela primeira vez depois de um ano inteiro, fui eu mesmo. Eu, criando minhas próprias regras, meus próprios métodos e meus próprios conceitos. Nunca me senti tão bem quanto aqueles momentos, era como se alguém tivesse tirado um elefante de cima de mim. Não, não sei se deu certo, mas pouco me importo. Provavelmente não deu certo, e eu to na bosta de novo nessa questão, mas e daí? Sou eu. Eu, eu. Nada mais e nada menos.
É, espero que ela goste, mas talvez não goste, ou talvez continue como está. Mas, e daí?